29 janeiro, 2006

Novas Sinapses!

Eu tinha preparado dois sonetos inspirados em algumas apresentações dos músicos que participaram do 28º Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, mas tenho algo mais importante pra compartilhar com vocês agora. Além disso, acho que vocês já perceberam que eu não sou um poeta e tenho impressão de que vocês vão preferir este texto aos sonetos, que aparecerão em uma outra oportunidade. Ou não. Ou nenhum dos dois. Enfim.

Acontece que eu experimentei abacate! E como se não bastasse, foi, logo de uma vez, abacate com arroz, feijão e molho de tomate para cachorro-quente. Mas deixa eu começar a história do começo.

Eu fui criado basicamente pelos meus avós. Além do mimo usual que tal tipo de criação proporciona, dizem que eu era uma criança naturalmente extremamente convicta de minhas vontades. Quando eu pergunto para minha avó ou para minha mãe por que elas não me obrigavam a comer frutas quando eu era pequeno, para que hoje em dia eu pudesse estar pelo menos habituado a este tipo de alimentação, elas falam que não somente eu chorava, mas também vomitava e ficava com febre! Eu tinha febre se alguém me obrigasse a experimentar algo que eu não estivesse com vontade de experimentar no momento, bota fé? Febre não se resolve com broncas ou palmadas, então elas deixaram por isso mesmo.

Abacate está entre as frutas (se não for uma fruta, me perdoem, mas vou continuar chamando de fruta até o fim do post) mais asquerosas que eu conheço e eu morro de nojo ao ver minha mãe comendo abacate com tudo que vê pela frente. Nesta sexta-feira, eu já estava com agonia quando ela colocou molho de tomate pra cachorro-quente no arroz com feijão. Eu até disse pra ela que teria morrido de desgosto se tivesse sido eu quem fez o feijão. Mas isto tudo não bastou e ela ainda acrescentou abacate à gororoba! Aí então, quando ela falou que estava uma delícia, eu me senti compelido a experimentar.

Naquele momento minha vida estava prestes a mudar drasticamente. Eu passaria de uma pessoa que nunca comeu abacate para uma pessoa que não só já comeu abacate, mas abacate em uma das misturas mais extravagantes que já foram feitas na história da civilização ocidental. Eu sinto o gosto daquela coisa na boca até agora. Não sei nem dizer se gostei ou não, apesar de estar a quase dois dias sentindo o gosto daquilo. Infelizmente eu terei que fazer outras tentativas até chegar a alguma conclusão a respeito. E eu ainda tenho que passar pelo abacate puro.

Isto tudo significou uma grande mudança em meu modo de ver as coisas por que eu decidi que farei o maior esforço possível para reverter esta deficiência em minha formação gastronômica. Não culpo minha avó nem minha mãe por nada, afinal, eu mesmo não saberia o que fazer se estivesse dando de comer a alguém e este alguém começasse a adoecer por causa disso. Mas não posso negar que minha postura frente às frutas é questionável. Ou melhor, era! Segunda-feira tem banana no café-da-manhã!

27 janeiro, 2006

Mundo Novo (Brasília, 2006)

Morreu Jesus
Pra carregar a nossa cruz
Pra nos limpar de todo o pus
Pra dar roupa aos que estão nus
E aos que sentem frio, capuz

Quando o diabo o seduz
Aquele que Oração produz
Está seguro sob Sua Luz


Dedicado a todos que buscam a Verdade, seja Ela qual for, afinal, é Uma só!

22 janeiro, 2006

Contrastes

Ano Novo (segunda edição) (Brasília, 2006)

É 2006!
Não é preciso mais ir ao inglês
Não se arrependa do que não se fez
É, sim, hora de tentar outra vez
Ainda estamos no primeiro mês
E amanhã ainda são vinte e três

Sabe a menina de bonita tez?
Ano que vem ela faz dezesseis
E sozinha, ninguém a satisfez
É hora de perder a timidez


Dedicada às meninas de bonita tez, lembrando que a beleza é relativa.

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Para sair um pouco da monotonia de uma poesia basicamente igual a outra muito recente, uma imagem, que vale por mil palavras! (Mais clichê, impossível; sem comentários...)



Embaçado; São Paulo, 2005 (fotografia digital)


Estaria tudo bem, não fosse o fato de os nomes corretos serem, respectivamente, Valéria (com acento), Marise, Umberto, Michael e Andréa. Putz! (Ou melhor: puta, meu, fala sério!)

20 janeiro, 2006

Falando sobre o que falar

"Está chegando sexta-feira e eu ainda não consegui organizar idéias para um texto para o meu blog. Estou começando a ficar preocupado. Sobre o que eu falo? Na verdade, sei de uma porção de tópicos sobre os quais provavelmente vou escrever um dia. Estão todos anotados no meu caderninho de pensamentos e idéias não necessariamente relacionadas a Matemática, que foi reativado desde que reabri meu blog. Sabe a 'penseira' do Dumbledore? Na verdade eu queria uma daquela, mas tudo bem.

Eu poderia muito bem falar sobre pirataria. Cheguei a começar a escrever alguma coisa, mas não consegui reunir todas as informações que eu queria a tempo para essa sexta. Justo quando eu preciso não sai nada nos jornais sobre o assunto! Bom, isto está fora do meu controle, dado que eu não sou editor de nenhum jornal. O jeito é esperar e continuar atento.

Inteligência artificial também está nos planos. Mas quero avançar um pouco mais ainda em Gödel, Escher, Bach pra ver se eu trago algo que não seja discutido em geral nas revistas científicas de divulgação populares, tipo Super Interessante, Galileu ou Discovery Magazine. Este também demora um pouco, gente, sinto muito. Ainda estou bastante confuso sobre o assunto para escrever algo, mesmo que não seja nada definitivo.

Tem uma também sobre os dejetos que nós produzimos. Mas eu vou preferir esperar conquistar a confiança de vocês antes de falar no assunto. Não é todo mundo que leva numa boa uma leitura sobre lixo e excrementos (esta eu não tenho certeza de como se escreve; fiquei com preguiça de olhar no dicionário; a falta de continuidade se deve ao fato de que este parágrafo foi escrito depois do próximo), afinal (e este 'afinal' ficou perdidasso depois de um parêntese tão grande, hein?; pronto, agora este texto está quase insuportável de se ler). Não seria uma boa propaganda para um blog que está no início. (Hã? O que não seria uma boa propaganda?)

E por aí vai (vai). Há quatro ou cinco outros tópicos que eu não ainda não consegui desenvolver de forma satisfatória nem para um 'relatório de acompanhamento', como nos dois parágrafos acima. Esta é a justificativa pra esta encheção (é assim mesmo que escreve, acabei de conferir no Houaiss['ô]) de linguiça (engraçado, não tem linguiça no Houaiss, nem lingüiça; queria ver se o trema já foi abolido de vez; desde a segunda série que eu escuto falar nesta história) que vocês estão lendo hoje aqui. Pelo menos eu não falhei na periodicidade e minha neurose obsessiva compulsiva continua sob controle.

Bom, vou trabalhar alguma destas idéias eu mesmo, já que eu não tenho uma penseira, e semana que vem espero estar com alguma coisa pronta. Domingo tem mais poesia. Grande abraço!"

15 janeiro, 2006

Ano Novo (Brasília, 2006)

É 2006!
Não é preciso mais ir ao inglês
Não se arrependa do que não se fez
É, sim, hora de tentar outra vez
Ainda estamos no primeiro mês
E amanhã ainda são dezesseis

Sabe a menina de bonita tez?
Ela está perto dos seus vinte e três
E sozinha, ninguém a satisfez
É hora de perder a timidez


Dedicada ao Poeta Matemático, que me convenceu que vale a pena tentar escrever poesia.

13 janeiro, 2006

Gödel, Escher, Bach: Primeira intervenção --- Viajem no Tempo

Eu continuo não acreditando que seja possível viajar no tempo, mas acabo de perceber que um de meus argumentos a favor de tal impossibilidade não pode mais se sustentar. Os paradoxos existem e parece não haver nada razoável que se possa fazer para acabar com eles.

Um paradoxo recorrente envolvendo viajem no tempo é o do sujeito que volta no tempo antes de seu nascimento e mata a própria mãe. Se ele matou sua mãe em uma época em que ainda não havia nascido, como pôde existir no futuro para voltar no tempo e matar sua própria mãe? Parece uma maneira muito eficiente de acabar com a própria existência evitando o inferno dos suicidas. Mas seria isto algo realmente possível de se fazer? Parece não haver nada que nos impeça de voltar no tempo a uma época em que já existíssemos e fizéssemos a mesma coisa. Mas basta alguns anos mais pra trás e ficamos completamente confusos com a situação.

Enquanto não inventam uma máquina do tempo para que a gente possa experimentar o que aconteceria numa situação como a que acabamos de descrever (espero que minha mãe não leia isso), vamos analisar um outro paradoxo, mais simples e mais palpável. Suponham que eu digo a vocês

"Essa afirmação é falsa."*.

Esta afirmação que eu acabo de fazer é verdadeira ou falsa? Se fosse verdadeira, então deveria ser falsa simplesmente pelo que afirma. Por outro lado, se ela fosse falsa, o que ela está afirmando não é verdade e então ela deve ser verdadeira!

Houve um grande empreendimento no começo do Século XX pra tentar banir este tipo de coisa do mundo. Matemáticos e lógicos procuraram por toda a parte por um sistema lógico, um sistema de raciocínio, contrução de sentenças, concatenação das mesmas, etc onde tais tipos de paradoxo inexistissem. Pelo que posso entender, a única coisa que encontraram é que, grosso modo, tal sistema não pode ser encontrado. Não importa o que se faça, o paradoxo ou a dúvida estarão sempre lá. Mesmo assim, podemos repetir "Essa afirmação é falsa." inúmeras vezes e, nem por isso, a realidade entra em colapso.

Sendo assim, é, em princípio, possível que uma pessoa volte a um tempo antes de seu nascimento e mate a própria mãe. O simples fato desta situação ser paradoxal não elimina esta possibilidade. Pode ser que nossa compreensão do tempo esteja completamente equivocada. Nós somente somos capazes de perceber três dimensões espaciais e, no máximo, sentimos o tempo fluir. Você já ficou algum tempo observando uma formiga andando em seu mundo plano (praticamente bidimensional) e teve vontade de lhe dizer que lá de cima era capaz de ver um caminho muito melhor pro destino a que ela queria chegar? O que teria a nos dizer a este respeito quem pudesse ver, e não apenas imaginar, o nosso Universo tetradimensional lá "de cima"?

Acho que os paradoxos existem por que a nossa capacidade de compreensão e descrição é absurdamente menor do que o que há para ser compreendido e descrito mais do que por qualquer outro motivo.

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* Esse paradoxo é, na verdade, um aprimoramento do que é comumente conhecido como o paradoxo de Eudoxo. Este cretense teria, certa vez, dito "Todos os cretenses são mentirosos.". Mas a análise do paradoxo com esta sentença seria um tanto quanto artificial, uma vez que sua negação é "Algum cretense não é mentiroso.".

08 janeiro, 2006

O que nos difere dos outros animais, ou não...

Hoje, na hora do almoço, eu estava indo pegar um prato no armário quando vi uma mosca lambendo uma pastilha Garoto, que estava em um pacote mal fechado em cima de uma espécie de balcão que temos aqui em casa perto do armário de pratos e afins. Isso é algo que eu não posso explicar, mas minha primeira atitude foi a de "salvar" as pastilhas que ainda eram comestíveis, isto é, as que estavam debaixo da que estava sendo lambida. Tirei a primeira, a joguei fora e fechei o pacote bem fechado para que nenhuma outra mosca pudesse alcançar o restante das balas. Conclusão: as moscas não comem em paz!

As moscas estão comendo durante praticamente todo o tempo de suas vidas e sempre vão embora quando chegamos perto. Qualquer pessoa já reparou isso. Elas não têm paz pra comer. Imagina o que é comer sob a tensão de que, a qualquer momento, você estará submetido a um perigo mortal e terá que abandonar o que está fazendo imediatamente para salvar-se! Aposto que, se mosca desse leite, ele seria sempre azedo.

Eu já reparei que o mesmo acontece com cachorros. Eles estão lá comendo mas, se alguém está por perto, eles ficam olhando de rabo de olho pra esta pessoa, com cara de "Sai fora que esse rango é meu!". Eu já fui até atacado por um cachorro que estava comendo. Ele deu uma patada na minha bochecha direita; talvez tenha ficado alguma marca. E eu estava só passando! Isso chama-se Natureza; o bicho se sentiu ameaçado, coitado!

E nós humanos? Bom, nós humanos saímos pra jantar com nossos parceiros para celebrar um momento romântico, saímos para um rodízio de pizza com nossa família ou amigos para celebrar um momento de felicidade. A hora do almoço, durante a semana, é uma das mais aguardadas por quem está trabalhando, este será o momento em que o sujeito poderá pensar em si mesmo ou conversar com os colegas de trabalho sobre algo que não seja trabalho. Nestes momentos, nem moscas rondando nossa comida nem vira-latas na porta dos fundos do restaurante esperando por restos de comida nos incomodam. Alguém aqui já foi embora de um restaurante só por que viu uma mosca lá?

Eu diria que essa atitude perante a alimentação é um diferencial dos humanos com relação aos outros animais. Mas aí inventaram o telefone celular...

05 janeiro, 2006

Vamos ver no que vai dar...

Voltei pra minha caverna. Desta vez eu a estou remobiliando pra receber pessoas de fora, o que não era possível antigamente, em todos os sentidos que eu consigo pensar no momento que escrevo o que eu estou escrevendo neste exato momento.

É o seguinte: eu não tenho tempo pra deixar este blog bonitinho, então peço que tenham paciência. Mas ele também não está feio, vai? Espero que o que venha a ser escrito aqui sirva de alguma coisa pra alguém, se não eu vou ficar muito arrependido de ter perdido tempo com isso e desejarei a morte de quem me sugeriu a criação de um blog. Talvez nem tanto... Acho que preciso aprender a escrever menos espontaneamente!

Farei o possível pra não esquecer meu nome de usuário e senha e espero voltar em breve com algo com mais conteúdo pra dizer.

A vida vai muito bem, obrigado. É tempo de reorganizá-la, trabalhar no cumprimento de metas traçadas anteriormente, evitar perdas de tempo como a de hoje---usei apenas uma hora das quatro que eu tinha disponíveis pra estudar Álgebra. Aliás, fiquei *&%# com isso! Por que raios eu não desci pra biblioteca antes da chuva começar? Que isso não se repita!

Felizmente este contratempo me colocou em contato com um livro que eu estou adorando: "Gödel, Escher, Bach". Mas isso é assunto pra quando eu tiver avançado mais um pouco nele.

Um grande abraço, se tiver alguém aí...