26 fevereiro, 2006

Cultura aparentemente inútil

Estava eu aqui, neste exato momento, pensando sobre o que escrever (ainda não desenvolvi completamente o texto para a segunda parte da minha segunda intervenção), e, de forma totalmente inconciente, comecei a apertar a tecla SHIFT repetidamente. De repente, ouço um ruído super esquisito, seguido pela mensagem:

"Ative as teclas de aderência pressionando a tecla SHIFT 5 vezes. As teclas de aderência permitem que você use as teclas SHIFT, CTRL, ALT ou as teclas de logotipo do Windows pressionando uma tecla de cada vez. Para manter as teclas de aderência ativadas, clique em 'OK'. Para cancelar as teclas de aderência, clique em 'Cancelar'. Para desativar as teclas de aderência, clique em 'Configurações'."

Ok. Vamos ver se eu entendi o que é isso. Fui em 'configurações' e li tudo o que eles tinham para me dizer sobre 'teclas de aderência'. Funciona da seguinte maneira: com as teclas de aderência ativadas, para escrever a primeira letra de uma frase em caixa alta, por exemplo, você pressiona o SHIFT, sem segurá-lo, apenas dando um toquinho e, em seguida, a letra que você deseja que fique em caixa alta. Entenderam? A mesma coisa vale para o ALT, para o CTRL, etc. Por exemplo, para ativar o gerenciador de tarefas do Windows, devemos segurar as teclas CTRL, ALT e DEL ao mesmo tempo, certo? Se você estiver usando as teclas de aderência, basta pressioná-los um por um, em sequência, como se você estivesse digitando uma palavra de três caracteres.

Minha pesquisa rendeu, então, duas perguntas:

1) Como se descobre uma coisa dessas?
2) Qual a utilidade disso?

A resposta à primeira pergunta é simples. Primeiro você abre um BLOG. Depois, esgote toda a sua criatividade. (A minha foi embora em menos de vinte posts.) Transforme-se em um sujeito sem tempo, mas, por outro lado, neurótico, que não consegue sair da rotina de publicar todas as sextas e domingos, nem que seja apenas um post com duas frases mal educadas e um título nada agradável de se ler. Quando, em um próximo momento, você resolver ter um pingo de consideração por seus leitores e se ver entediado e sem saber o que escrever, ponha uma música muito ruim para tocar, sente-se novamente na frente do computador e deixe a música fluir em você, tendo sempre esperança de que alguma coisa sairá desta configuração absurda em que você se encontra em sua vida. Imediatamente, você se verá compulsivamente apertando a tecla SHIFT lenta, repetida e compulsivamente. Estarão descobertas as teclas de aderência.

A segunda resposta seria mal-criada como a primeira, mas acabo de ver que as teclas de aderência servem sim para alguma coisa. (Já estavam indo pra minha lista de invenções estúpidas.) Graças a Deus! Já estava pensando que os programadores que escreveram o Windows estavam com o prazo de entrega para o programa pronto bem folgado e nada mais. Mas acabo de tomar conciência do fato de que não consigo apertar CTRL, ALT e DEL simultaneamente com apenas uma mão. E, bom, existem muitas pessoas com uma mão só por aí. Existem pessoas em situações muito piores. Um indivíduo com um único dedo torna-se capaz de digitar um texto tranquilamente com as teclas de aderência, sendo que antes não poderia apertar simultaneamente o SHIFT e o acento circunflexo. Cabe, no entanto, uma crítica: por que ninguém sabe destas benditas teclas de aderência? Ou sou só eu quem não sabe? Será que os deficientes físicos para os quais as teclas de aderência foram desenvolvidas têm todos conhecimento desta facilidade para suas vidas?

24 fevereiro, 2006

Que prova chata!

Este é o post desta sexta-feira. Nada mais para o momento.

19 fevereiro, 2006

Este é o título do post.

FIST

Estava no fim de dezembro do ano passado em São Paulo. Uma de minhas irmãs e meus sobrinhos moram lá e eu fui visitá-los com a minha mãe, já que eles não puderam vir desta vez. (Em geral eles vêm pra cá nas férias dos meninos.) Fizemos vários passeios e um deles foi a um parque em uma cidadezinha ali por perto chamada de Embu-Guaçu. A cidade não tem nada de mais exceto por uma estação de trem com vários trens de verdade fazendo barulho, o que deixa um dos meus sobrinhos enlouquecido de felicidade, e um parque com algumas cobras e outros bichos em formol mais um viveiro de bichos-pau e um outro de formigas, o que deixa meu outro sobrinho enlouquecido de felicidade.

Foi neste parque que fizemos um piquenique super divertido e passamos o resto do fim da tarde, após ter gasto algum tempo nos trens. Quando estávamos indo embora, me dei conta do balanço que havia por lá. Eu não me lembro muito bem como tudo aconteceu. Acho que meu sobrinho mais novo teve vontade de se balançar e eu me empolguei e subi no outro balanço disponível. Por uns cinco minutos eu fiquei só com o friozinho na barriga e mais nada. Nem me lembro qual havia sido a última vez que eu brinquei de balanço. Só sei que valeu muito a pena!


SOUND

Eu faço natação três vezes por semana e, quando o carro não está disponível, vou de bicicleta. Fica a uns quatro quilômetros daqui de casa apenas.

Neste dia, pela primeira vez, começou a chover quando eu estava ainda no começo do caminho de volta. Sim, eu estava de bicicleta. Ironicamente, eu estava debaixo d'água dez minutos antes mas procurei logo me esconder debaixo do toldo da primeira padaria que apareceu no caminho. Tá, tudo bem, uma coisa é mergulhar com roupa de banho e outra coisa é levar uma chuvarada gelada por cima da roupa; mas não deixa de ser irônico.

Enfim. Cheguei a ficar uns cinco minutos me protegendo da chuva, tentando vencer o tédio com meus pensamentos; tentei lembrar de algum exercício que eu não estava conseguindo resolver, organizar mentalmente certas coisas que eu precisava fazer, até que me ocorreu a verdade inevitável: eu iria me molhar de qualquer jeito, a não ser que eu ficasse ali umas duas horas, até que a chuva passasse e o chão secasse completamente. Pedi uma sacola plástica pro cara da padaria, embrulhei dentro dela tudo que não podia molhar e saí pedalando como se nada estivesse acontecendo.

Por um breve momento eu pensei ter tido uma péssima idéia. Chovia torrencialmente e estava absurdamente frio. Mas não havia mais nada que eu podia fazer; já estava todo molhado e o melhor era seguir adiante. Imaginei que iria me aquecer durante a pedalada. Meu único consolo era a água quentinha do chão que espirrava nos meus pés. Valeu muito a pena! Também não sei qual foi a última vez que eu tomei banho de chuva antes desta.


TILDA

Finalmente, estava hoje (ontem) completamente sem rumo. Na verdade eu precisava digitar alguma coisa do livrinho que eu estou escrevendo em meu projeto de iniciação científica, mas era como se houvesse um vidro fosco em cada sinapse no meu cérebro. Produzi muito pouco e comecei a me frustrar. Comecei a tomar atitudes típicas de quem está entediado, do tipo ficar lendo os profiles e os scrapbooks dos outros no Orkut, jogando xadrez de qualquer jeito na internet, olhando pro MSN pra ver se aparece alguém pra conversar, etc.

No caminho da minha natação tem uma locadora e eu nunca havia imaginado que eu também podia ir lá de bicicleta, vejam só! Eram dez horas da noite, o carro não estava aqui em casa e eu falei: é isto! Na pior das hipóteses eu vou passar um pouco o tempo. Só poderia ter sido melhor se fosse de madrugada, mas a locadora fecha à meia-noite.

17 fevereiro, 2006

Gödel, Escher, Bach: Segunda intervenção* --- Só um Desenho? (Parte I/II)

A compreensão da segunda parte, que sairá sexta-feira que vem, requer alguma familiaridade com a obra do artista plástico holandês M. C. Escher (1898--1972). Sendo assim, o post de hoje é apenas um dever de casa para quem não o conhece. Para quem já o conhece, vai uma revisão.

Os links abaixo levam a algumas das minhas preferidas; algumas delas poderão ser citadas no post da próxima semana.

Waterfall 1961 Lithograph
Ascending and Descending 1960 Lithograph
Relativity 1953 Lithograph
Print Gallery 1956 Lithograph

Se você gostou, dê uma olhada na Galeria de Imagens do Site Oficial do Escher. No próprio Site Oficial você encontra alguma informação sobre sua obra, seus vários perídos e suas técnicas. Ou então, o Google está aí. Escreva "Escher" no campo de busca, dê enter e divirta-se.

Absorva os paradoxos, acredite neles, entre nas gravuras, dê umas voltas por lá, depois volte ao trabalho ou aos estudos que a vida não é feita de chocolate. Mas repita isso algumas vezes durante a semana. Pergunte-se "Como é possível?" e responda depois "Ah, é só um desenho, ele está usando a perspectiva assim, assim e assaz e me fazendo de bobo(a), só isso!". Depois volte e diga "Puta merda!". (Essa parte é extremamente importante.) Sonhe com o universo colocado no plano por esse gênio; isso pode não ser apenas um sonho, mas a mais pura realidade!

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* De um modo geral, as "intervenções" serão independentes. Mas talvez ler as anteriores ajude a captar o espírito do que eu estarei discutindo nelas e com que teor eu o estarei fazendo. Para quem tiver interesse, a Primeira intervenção se encontra aqui.

12 fevereiro, 2006

Dez invenções estúpidas (Parte I/II)

A numeração ocorre apenas por que não posso postar os cinco parágrafos na mesma posição. As invenções não estão em ordem de preferência (ou "despreferência"), mesmo por que eu não pensei nisso. A segunda parte sai tão logo esteja concluída minha "pesquisa".


1 - MÁQUINA DE VAPOR PARA SECAR AS MÃOS. É muito menos eficiente que papel, muitas delas ficam desligando toda hora conforme você movimenta suas mãos, gasta uma energia elétrica miserável, esquenta desconfortavelmente as mãos e ainda colabora com a proliferação de micróbios que se dão bem com um "quentinho". Aqui em Brasília tem um cinema em cujos banheiros você encontra destas máquinas ao invés de papel. Há um espaço disponível nas máquinas pra anúncios; quando você está usando a maquininha, uma luz se acende por trás e deixa o anúncio em destaque. Não sei por que nunca vi nada anunciado lá, a não ser a propaganda do próprio cinema chamando as pessoas para anunciarem lá...

2 - SACHÊ DE CATCHUP, MOSTARDA, ETC. Grande parte dos sachês que eu já tentei abrir na vida não funcionaram direito e acaba sendo tão anti-higiênico quanto ou mais que as bisnagas que foram proibidas pois, na maioria das vezes, ou a abertura fica de tal modo que o molho escorre passando por fora do sachê carregando consigo toda sujeira proveniente do manuseio anterior do mesmo, ou o sujeito acaba usando a boca pra abrí-lo. Eu não vou nem falar sobre o sachê de azeite, que tenho visto em vários lugares. Nota dez pras barraquinhas de cachorro-quente e afins que tiveram a brilhante idéia de anexar pequenas tesouras aos cestos de sachês. Talvez eu tenha menos raiva desta invenção quando todo mundo adotar a idéia. Acho que vou começar a andar com uma tesoura no bolso.

3 - MOUSE PAD. Se você usa mouse do tipo "ball", o acúmulo de sujeira que atrapalha o funcionamento do mouse é muito maior se você usa mouse pad, por que ninguém lava o mouse pad mas espera-se que todo mundo passe um paninho na mesa do computador de vez em quando. De qualquer maneira, a maioria dos mouse pads, sobretudo os emborrachados, provocam muito mais atrito (com a carcaça do mouse) que a maioria das superfícies, deixando o movimento do mouse bem menos suave e bem mais nocivo à saúde dos tendões do usuário, e não servem pra outra coisa, se não para brinde de loja de informática.

4 - CANETA APAGÁVEL DO TIPO GEL. A "tinta" sai com o simples manuseio do papel, mesmo depois de uma semana, o que não ocorre com o grafite. Além disso, escrever com uma lapiseira ou com um lápis com grafite macio (B ou 2B) é mais confortável. Por último, o gasto de tinta é impressionante. Uma reles página de exercícios de inglês (onde nós pulamos linhas e não vamos até o final das mesmas em geral) foi responsável por um decréscimo de 7mm no nível da tinta de uma que eu comprei pra experimentar. Só serve pra pegar trouxas em golpes baixos, do tipo alterar o valor em um cheque, etc. A antiga Eraser Mate 2 da Papermate funcionava bem, não sei por que pararam de vendê-la.

5 - BIDÊ. Será que é preciso falar alguma coisa? Pelo menos, ao contrário do que acontece com as outras quatro invenções acima, o bidê caiu em desuso. Mas o apartamento do meu pai é meio antigo e tem um, já usei várias vezes e não deu certo. Também não conheço ninguém que já tenha experimentado e tenha gostado da idéia. O jato de água é desagradável, faz-se uma bagunça danada, é melhor nem entrar em detalhes. Pior que o bidê, só aquele chuverinho. Na verdade, o bidê tem algumas utilidades sim. Desativados, servem como porta-revista, "cesto" de roupa-suja, já conheci até gente que lavava roupa e deixava roupa de molho no bidê de sua kitinete.

10 fevereiro, 2006

28° Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília

Tirando o ouvido da miséria (Brasília, 2006)

- Estais prestes a ouvir um piano-trio
   Três músicos de um lugar onde faz frio
   Violino, violoncelo e piano-forte
   Na experiência dos já perto da morte

   Você é um garoto de muita sorte
   São todos musicistas de grande porte
   Dedicaram suas vidas, anos a fio
   Pode ver em seus semblantes que têm brio

   Vai começar; não quero mais nem um pio
- Em pé, tomo notas para que reporte:
   Eu agora entendo, e me silencio

   Na sala, não há um só lugar vazio
   Já não sei onde estou, já perdi o norte
   Queria eu ter-te aqui, "amore mio"!


Aos que dedicam suas vidas a seus instrumentos.

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Não preciso de drogas, só de música ao vivo! (Brasília, 2006)

A audiência é comportada
Mas aplaude uma boa jogada
A turma bem preparada
É de pé ovacionada

Jazz ou Música Brasileira
Pra muitos não fede nem cheira
Mas é como estar sobre uma esteira
Vagando sem eira nem beira

Sonoridade Tupiniquim
Sacia meu ouvido faminto
Não ouço nada, apenas sinto

A música dentro de mim
Me sinto em uma variedade afim*
Estou embasbacado, não minto


Esta eu ainda não sei a quem dedicar.


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* Se quiser, pense numa variedade afim como sendo um Universo paralelo a um Universo abstrato. Só posso dizer que o show que inspirou este soneto foi incrivelmente bom!

05 fevereiro, 2006

Não vou vender cocaína! (Brasília, 2006)

Cisão não-trivial
Ideal maximal
Polinômio minimal

Temos um mínimo local
Com segunda derivada positiva
Vem negar esta assertiva!

Relações de equivalência
Estão por trás da aparência
Do que chamas de inteiro

Tu bem achas que é o primeiro
Mas está em seu roteiro
Uma singularidade essencial

Neste universo reduzido
Se encontrará, então, perdido
Na harmonia dos complexos!


Dedicado à Esperança e à Persistência.

03 fevereiro, 2006

O criador de porcos

Gosto não se discute nem se explica. Mas também não é bem isso que eu vou procurar fazer neste post. Digamos que se trata da análise de uma pessoa totalmente inculta no assunto (sem falsa modéstia, assumo minha ignorância onde ela existe) de seu próprio gosto por Música Contemporânea.

Se você acha que não entende o que eu quero dizer por Música Contemporânea, vá em "http://music.aol.com/radioguide/bb.adp?suppressRadio=true", acesse a rádio AOL e procure pela estação "20th Century", na seção "Classical". Pode instalar os plugins que eles pedem tranquilamente por sua conta e risco. Aqui em casa não aconteceu nada, então não venha reclamar no meu ouvido depois. Gaste um tempo lá. Talvez você não aguente muito tempo mesmo, então não se preocupe. Depois escolha uma estação qualquer de sua preferência que a rádio AOL tem uma qualidade de áudio muito boa e é bem variada; vale a pena. E está um fedor de lixo desgraçado nesta cidade, viu?

O que é geralmente chamado de Música Contemporânea tem um aspecto teórico muito profundo, do qual eu não entendo nada. Nada mesmo. Não me pergunte que eu não sei explicar em termos técnicos em que ela difere da música dos outros períodos da música erudita. Estão acreditando que eu sou um completo desinformado a respeito do assunto? Também não sei nada do processo histórico que culminou com o surgimento da Música Contemporânea. Mal conheço a obra de seus principais compositores. Eu simplesmente gosto de Música Contemporânea, nada mais.

Em se tratando de algo extremamente irritante para a maioria das pessoas, pode-se levantar a questão de como é que uma pessoa pode gostar disso! Sim, por que apreciar, procurar entender, estudar, é tudo uma coisa. Ouvir por ouvir é outra. Gostar é uma questão ainda mais adiante, então. Dizem que arte é tudo aquilo que se pode entender. Eu entendo a Música Contemporânea. Nem sei se o que eu entendo é o que seus compositores querem dizer, mas eu entendo alguma coisa lá que faz com que aquilo que você já não aguenta mais ouvir seja extremamente agradável para meus ouvidos.

Pois eu acho que o ser humano é assimétrico, torto, engraçado, irritante, capenga, repetitivo, minimalista, arrítmico, desafinado, dessintonizado, aleatório, espontâneo, barulhento, assustador, esperançoso, tenso, poético, bonito, expressivo, apoteótico, esquizofrênico, descontínuo, estridente. São todos adjetivos que eu usaria para descrever a Música Contemporânea, e ainda faltariam muitos outros.

Este tipo de música me lembra de minha condição de humano. Ele me lembra que eu faço cocô e que ele fede, como o de todo mundo. (Fedorento.) Ele me lembra que eu sinto angústia. (Angustiante.) Ele me lembra que eu pertenço a uma raça medíocre, que não consegue se organizar, viver civilizadamente, sem se matar por motivos fúteis e vazios, altamente superficiais e baseados em paradigmas totalmente arbitrários. (Fútil, vazia, medíocre, desorganizada, descivilizada, superficial, arbitrária.) Catársica!

Mas mesmo assim eu amo este espécime, e tenho esperança (já falei esperançoso) de que, por algum meio, esta condição irá um dia se reverter totalmente. Chegará um dia em que talvez nem existam mais motivos para se compor música em uma estética modernóide, que dirá pessoas para entendê-la. Em nome de Jesus! Até lá me reservo o direito, no entanto, de gostar de Música Contemporânea.