30 março, 2008

Não é de verdade, é nojento, é constrangedor. Dessa regra para as vírgulas eu me lembro muito bem. É bem mais que isso; o dono da padaria continua vivo.

É muito difícil falar sobre alguma coisa sem mencioná-la explicitamente. Tudo bem, eu talvez não devesse ter usado o vocábulo "coisa". Ok. Minha redação foi reprovada no vestibular da UnB. Mas tenho certeza de que sua leitura estaria fluindo muito melhor se você não tivesse pensado nisso.

A propósito, já que é mais fácil falar sobre isso do que sobre o que me aflige de verdade, vamos lá. Qual é o nome de Deus? Alguns dizem que a pronúncia mais próxima é algo como "Iavé" e as pessoas geralmente escrevem "Javé". É assim que algumas traduções do Antigo Testamento apresentam o nome pelo qual o que hoje os Cristãos chamamos simplesmente de Deus era conhecido. Mas como sabem que esta é a pronúncia mais próxima? Cadê a pronúncia correta para compararmos?

Isso para mim resume tudo. Se não se consegue preservar nem mesmo o nome de Deus, acredito que qualquer tentativa de preservar o resto é vã e ingênua.

O ser humano cria linguagens para serví-lo, e não o contrário. Tão certo quanto é o especial do Roberto Carlos no fim do ano na Globo, o dono da padaria vai morrer e seu filho vai assumir o negócio. Que Javé (?) tenha misericórdia!