Novas Sinapses!
Eu tinha preparado dois sonetos inspirados em algumas apresentações dos músicos que participaram do 28º Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, mas tenho algo mais importante pra compartilhar com vocês agora. Além disso, acho que vocês já perceberam que eu não sou um poeta e tenho impressão de que vocês vão preferir este texto aos sonetos, que aparecerão em uma outra oportunidade. Ou não. Ou nenhum dos dois. Enfim.
Acontece que eu experimentei abacate! E como se não bastasse, foi, logo de uma vez, abacate com arroz, feijão e molho de tomate para cachorro-quente. Mas deixa eu começar a história do começo.
Eu fui criado basicamente pelos meus avós. Além do mimo usual que tal tipo de criação proporciona, dizem que eu era uma criança naturalmente extremamente convicta de minhas vontades. Quando eu pergunto para minha avó ou para minha mãe por que elas não me obrigavam a comer frutas quando eu era pequeno, para que hoje em dia eu pudesse estar pelo menos habituado a este tipo de alimentação, elas falam que não somente eu chorava, mas também vomitava e ficava com febre! Eu tinha febre se alguém me obrigasse a experimentar algo que eu não estivesse com vontade de experimentar no momento, bota fé? Febre não se resolve com broncas ou palmadas, então elas deixaram por isso mesmo.
Abacate está entre as frutas (se não for uma fruta, me perdoem, mas vou continuar chamando de fruta até o fim do post) mais asquerosas que eu conheço e eu morro de nojo ao ver minha mãe comendo abacate com tudo que vê pela frente. Nesta sexta-feira, eu já estava com agonia quando ela colocou molho de tomate pra cachorro-quente no arroz com feijão. Eu até disse pra ela que teria morrido de desgosto se tivesse sido eu quem fez o feijão. Mas isto tudo não bastou e ela ainda acrescentou abacate à gororoba! Aí então, quando ela falou que estava uma delícia, eu me senti compelido a experimentar.
Naquele momento minha vida estava prestes a mudar drasticamente. Eu passaria de uma pessoa que nunca comeu abacate para uma pessoa que não só já comeu abacate, mas abacate em uma das misturas mais extravagantes que já foram feitas na história da civilização ocidental. Eu sinto o gosto daquela coisa na boca até agora. Não sei nem dizer se gostei ou não, apesar de estar a quase dois dias sentindo o gosto daquilo. Infelizmente eu terei que fazer outras tentativas até chegar a alguma conclusão a respeito. E eu ainda tenho que passar pelo abacate puro.
Isto tudo significou uma grande mudança em meu modo de ver as coisas por que eu decidi que farei o maior esforço possível para reverter esta deficiência em minha formação gastronômica. Não culpo minha avó nem minha mãe por nada, afinal, eu mesmo não saberia o que fazer se estivesse dando de comer a alguém e este alguém começasse a adoecer por causa disso. Mas não posso negar que minha postura frente às frutas é questionável. Ou melhor, era! Segunda-feira tem banana no café-da-manhã!